"Vivemos em uma sociedade fútil. Não seja como os outros. Não deixe de ser você mesmo. Não perca sua própria essência".



Não me escondo sempre. Porém quando faço, é difícil me encontrar. Minhas emoções são seletivas... Demonstro à aqueles seres livres e puros que tanto me encantam a cada dia. Não gosto de maldade. Aprecio o ócio e o pensamento. Sou atraída por olhares... Transparentes, misteriosos. Julgo a ignorância o mal da sociedade e o fetichismo a razão dos relacionamentos voláteis e mecânicos. Religião é dúvida e amor é crença. Sorrisos são enérgicos e amigos são anjos. Não tenho a pretensão de ser a melhor, mas boa o bastante para aqueles que prezo. Acredito na classe e na postura. Sem clichês fúteis.
Gosto de abraços fortes, entregas verdadeiras, desejo e paixão.
Não me obrigue a concordar e não tente me prender. Minha alma é livre como um pássaro. Meu coração é honesto. Penso sim antes de falar. Me machuco rápido e sou sensível. Mas também sou forte e guerreira. Não me conte mentiras, por mais lindas que sejam. Se eu amar, amarei. Se chorar, chorarei. Portanto, vou viver.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DESABAFO.

Pequena demais para segurar o mundo nas costas. Grande demais para me abrigar em um esconderijo intocável. Destino. Escolhas. Eu não sei ao certo se todas as estradas que tomei foram consequências de meus atos. Mas acredito que não, pois perdas de pessoas que amamos não poderia ser pré-meditada. Desde sempre. Talvez muito jovem para entender, mas crescida o bastante para aguentar... A ausência. O desabar de uma família inteira. Nesse momento... tantos anos se passaram, tantos novos tombos eu levei. E agora quando abro meus olhos, tudo está cinza novamente. Minha estrutura já deve ter sido mais forte. Agora? Eu quero me proteger. Não consigo mais segurar tudo com minhas próprias mãos. Não quero ser culpada. Não quero ser julgada. Não quero ser pressionada ou humilhada. Eu quero apenar continuar a desenhar o meu caminho... Sem mais traumas ou dores. Meu caminho já tem rupturas o bastante, que mesmo que superadas, deixaram cicatrizes doloridas e amargas. Meu coração é forte e sempre foi. Mas ele precisa descansar. Minha alma precisa de refúgio, precisa de tranquilidade e paz. Como eu gostaria de trazer de volta tudo o que machuca as pessoas que amo. Mas existem fatos consumados que fogem ao meu alcance e desejo. Se eu pudesse devolver todos os sorrisos roubados das pessoas que amei... Se eu pudesse realizar todos os sonhos e levar comigo toda a tristeza. Talvez eu seja fraca ou impotente. Ou talvez apenas esteja cansada demais. Talvez eu só precise de um abraço para me proteger e me sentir segura. Talvez eu só precise de uma palavra de incentivo, de um sorriso verdadeiro... De alguém que se orgulhe de quem eu sou, com todos os meus irreparáveis defeitos e egoísmos. Gostaria de me sentir como uma criança nos ombros de seu pai. Intocável. Onde nada a poderia afetar.
Então aperto meu urso de pelúcia, ligo o meu rádio e tento fugir para outro mundo. O mundo da fantasia às vezes é melhor que o mundo real. A realidade não é tão simples. E ela machuca. Ela abre seus olhos de forma brusca, e esfrega a verdade. Não há para onde fugir. É enfrentar ou enfrentar. E se eu não quiser enfrentar? E se eu quiser correr para debaixo do meu cobertor e gritar para meus pais me protegerem? Egoísta? Posso ser... Mas acho que o egoísmo é o que eu mais preciso nesse momento...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Quando olho para você...

Abro meus olhos. Nada parece real. Sonho terno, profundo, raro. Mais uma vez resisto em acreditar. Olho para os céus e busco respostas. Mas as estrelas, com seu brilho incandescente, apenas incendeiam meus pensamentos de emoções intensas. Já não é possível enxergar o limite da eternidade iniciada. A razão perdeu-se pela estrada de divagações. Envolvida em seu abraço, nada pode me abalar. O mundo é insignificante. Energia e vibração. Em meio a um emaranhado de corpos... Posso ver o brilho dos seus olhos que guiam a escuridão. Sinto o vento tocando o meu rosto e um novo mundo a nascer. Não existe realidade material e nem distância entre almas. Quero te possuir, te consumir e me envolver. Estende a sua mão e anda ao meu lado... Até o fim dos tempos... Até nos encontrarmos de novo... Em outra vida.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mulheres

Delicadas, fortes, guerreiras, femininas, sensuais, inteligentes, maternas, mulheres. Ser único, repleto de segredos, mistérios. Em seu universo complexo e infinito construíram suas histórias. Histórias de luta, de paixões, de amores.
Durante tanto tempo, tiveram suas bocas silenciadas, seus corpos abusados, seu pudor exposto, suas habilidades atrofiadas. Tal como pássaros em jaulas, eram obrigadas a prosseguir com a melodia de seus cantos, mas não podiam senti-la. Não tinham tempo para sentimentos, desejos, direitos. Uma trajetória de vida, sem perspectivas maiores, sem erros. Vida pré-meditada, delineada de funções específicas, frustrantes e doloridas. Restringir a criatividade, a imaginação e a singularidade... E um ser tão complexo, tão intenso. Desperdício histórico, econômico, políticos, humano e psicológico. Ignorância bruta.
E após anos de luta, de assassinatos, de resistência, o alcance da liberdade se aproximou. E a partir da primeira brecha, oportunidade, ou espaço conquistado com suor, a evolução estava fora de controle. Elas cresceram e inovaram, mudaram o cenário social. Arquitetas, médicas, jornalistas, mães, esposas, mulheres. E o passado obscuro, as mulheres de Atenas... Ganharam asas e voaram além de limites, se é que ainda existem. Elas dominaram, venceram e sangraram. E agora esperar os homens do futuro para acompanhá-las. Sem preconceitos, com mentes amplas, idealistas. Modernos, fortes e é claro, apaixonados.

E depois de ler o soneto da fidelidade...

Eternidade. Palavra subjetiva que delineia interpretações singulares e originais. A eternidade pode durar um curto período de tempo cronológico, mas significar o inesquecível, a imortal memória arquivada nos sentimentos mais profundos e mais intensos.
O amor em sua esfera real abrange o contato físico, espiritual e transcendente. Ah, sentimento que desperta a inquietude da alma, que gera devaneios complexos e torna ímpar o que era par.
O amor compartilhado une, encaminha ao limite das dimensões, e, sobretudo, torna a experiência de viver valer a pena. O amor é um sentido, é um caminho incerto, porém místico, que engrandece.
E quem irá discordar que os atos mais dignos de aplausos procederam de corações apaixonados, inundados de sentimentos intensos? Desejo de estar, de consumir, de nunca abandonar, de derrubar o tempo, de persuadir a mente, de entregar a alma. Sorte aquele que usufruir da maior e mais forte ligação humana... Ou divina. E este puder ser eterno enquanto dure.

sábado, 17 de setembro de 2011

Você é como um pássaro. Livre, intrigante, desapegado. Quando fecho os olhos, posso te sentir. E quando abro já não está mais aqui. Como diria Machado de Assis, seus olhos são oblíquos e dissimulados... Olhos de ressaca. Estes que me prendem, me sufocam, me enlouquecem e depois me deixam. Como posso encontrar em qualquer outra dimensão tanto magnetismo e atração?
Aproxime-se mais. Esquece o mundo. Esquece a razão. Apenas siga aquela força contida e perversa... Sensual e profunda. Esquece os questionamentos. Esquece a dor. Entrega seu corpo, sua alma, seus pensamentos. Apenas por um instante. Mantenha a transmissão, a energia. Voa comigo.
Preso em meus braços, nada irá te ferir. Preso no meu olhar, nada irá te distrair. Segura em minha mão. Aperta forte. Respira forte. Somos um.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amor deturpado

Como de ironias se constrói a sociedade... Da base mais pura e profunda, o sentimento amor se desenvolve e nem sempre permanece na mesma perspectiva. Desvios são frequentes, mudanças de sentido, significado e princípio. Não há atitude que possa vencer em crueldade quem se esconde através de um sentimento lindo para ferir, machucar, perturbar e enlouquecer uma mente inocente. E tudo em nome do amor.
Seria ele então, tão venenoso quanto a sedução de um vampiro que utiliza de todos os subsídios necessários para encantar, persuadir, hipnotizar sua vítima, para depois simplesmente matar?
Eu descobri que o amor nem sempre tem base bondosa e brilhante. Ele virou refém de outros sentimentos que o usam apenas como ferramenta inicial, superficial e atrativa.
A dor agonizante de corações perdidos em meio à escuridão se propaga repetidas vezes, a medida que entre o intervalo de latejadas, a justificativa em formato de palavra ecoa: Amor, amor, amor.
O amor se tornou a peça chave para que a mente turva e psicologicamente afetada acredite que o melhor está por vir e que a dor que enfrenta agora seja apenas o início de um processo de superação e alegrias. Torna bem intencionado aquele que faz sangrar.
O verdadeiro amor não humilha, não espanca, não julga, não menospreza e não mata.
Sim, ás vezes somos vítimas de impostores. Ódios, invejas, maldades, friezas e mentiras... Todos camuflados de amor. O alerta foi dado. Enquanto seu sorriso se fizer constante, seu refúgio seguro, cultive. Mas quando suas lágrimas forem superiores ao seu brilho no olhar, não permita que o inimigo se aloje em sua alma, sugue suas energias, sua vida e sanidade.

sábado, 30 de abril de 2011

What about love?

Essa vida é mesmo muito irônica. Alguém que já significou o mundo para você, hoje não consegue ampliar seu vocabulário limitado de monossílabos frios. Aquela amiga que você confiou, hoje está com o amor da sua vida. É, o mundo gira. E nem sempre coloca as coisas em seus devidos lugares. As vezes o mundo gira e muda a ordem natural das coisas, se é que existe alguma ordem para o mundo louco em que vivemos. E então, meu querido Darvin, a seleção natural elege aqueles mais adaptados às condições mais inóspitas e radicais... Aqueles que possuem a resiliência... A melhor demonstração de superação. Particularmente, eu não acredito que seres românticos sejam muito adaptados ao mundo atual. Talvez essa raça devesse ser extinta e nunca estimulada por artes de qualquer natureza. O mundo hoje, é carregado de pessoas, mas em meio a multidão, existe a solidão. Com a presença constante de contatos físicos, porém carência de sentimentos. Com inúmeras palavras jogadas ao vento, mas com ausência de significados. E os românticos não conseguem aceitar e conviver com esse conceito frio, vazio e incompleto de viver. Não aceitam a realidade superficial e hipócrita. Não sabem brincar de viver. Os românticos sabem apenas entregar-se por inteiro, por mais irreversível e inconsequente que tal ato possa ser. Como dizia Clarisse Lispector: "Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão...". Mas infelizmente, o mundo de hoje possui um ínfimo espaço para idéias como esta, visto que, tudo está muito rápido, muito mecânico e descartável. Uma grande onda de interesses financeiros e sexuais derrubou valores que antes eram tão importantes...
Se o mundo continuar a evoluir nessa direção, chegará a um ponto que a raça romântica será extinta, e eu não gostaria de estar aqui para ver a destruição de tudo o que forma a minha personalidade sonhadora, profunda, talvez até um pouco dramática, mas real. Eu não quero ver o grande império da literatura, dos filmes e histórias infantis serem substituídas por outras tão desnecessárias e pobres.
E quem irá salvar os sentimentos? Para onde irá o amor? Nem tudo o que é fácil, é melhor. Assim como nem tudo o que fere, sangra. O inimigo do homem é invisível e está embutido em ideologias que passam desapercebidas e passam a tomar conta de pontos de vista, de conceitos, de rumos... Até atingir a toda a sociedade, e assim, mudá-la por inteiro...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Óbito instaurado na alma

E então vivo rindo por ai, na tentativa de provar para mim mesma de que nunca estive tão feliz. Procuro vantagens e razões. Mil e um caminhos de percepção, de perspectiva. Estabeleço ordens naturais, busco respostas lógicas, utilizo a razão. Visto o uniforme de superação e anuncio meu sucesso. Elevo minha confiança e solto mil palavras e atitudes. Mas há uma forte discordância. Um conectivo adversativo intenso. Não existe associação equilibrada entre meus opostos: razão e sentimento. Em meio a multidão, sou igual. Não há separação, estou seguindo a maré, caminhando junto com o tempo, rumo ao futuro incerto. Mas quando a noite chega e posso finalmente olhar para mim, e conversar com todas as dimensões do meu espírito e alma, as lágrimas escorrem. O coração encolhe ao sentir a ausência. Uma sombra escura, uma sobra fria, ácida, corrosiva. Tal como a mão de um gigante ao apertar a minha nuca, me sufocando, em uma palavra não dita, um sussuro que não se fez ouvir, um grito abafado, um eclipse total dos sentidos. E então, reconsidero o conceito de morte... Palavra referente ao fato consumado mais amedrontador. E percebo, que a morte do corpo, física, química é increvelmente preferível. Não há experiência mais dolorosa que a tentativa de matar dentro da alma, alguém que ainda está vivo. Corta, sangra, arde e perpetua. E o pior de tudo, é inútil. Um mecanismo integrante do corpo humano... A memória. Por vezes, ela significa tudo. O único elo que mantém algo que já passou, de alguma forma, ainda presente. Mas ela tortura e endoidece. Quando torna-se frenética, já não existe fantasia e realidade. Ou mesmo obsessão. Não existe caminho. Pois todos os caminhos te levam ao calabouço das lembranças. Quem estiver com as chaves por favor me diga. A liberdade é o meu maior desejo. Não quero desfrutar da liberdade sozinha. Não faço planos isolados. Eu aprendi o lado mais colorido, e agora... Como retornar ao meu antigo plano? Um plano mais simples, com menos dimensões, com menos romantismo, com menos idealizações... Como? Eu gostaria poder escolher a minha realidade. E não simplesmente ser passiva de alguém que roubou minha condição de protagonista. Mas aí esbarro com a realidade frágil das relações: Não existe apenas uma opinião e um patamar. A partir do momento em que existe compartilhamento, seja ele qual for, estão abertas as portas de uma guerra sem fim, onde nunca existirá pleno equilíbrio. Nunca existirá padronização, senão por submissão. E quando essa guerra torna-se negativa, onde nem ao menos os polos diferentes se atraem é o fim. E é nesse fim, em que me encontro. Uma linha que segui uma direcão unilateral, por instante sofreu interferências externas e internas e se rompeu ao meio, seguindo direções opostas. E com o passar do tempo, a distância aumenta. A presença torna-se algo inimaginável e as memórias se tornam vagas. A morte vai se estabelecendo dia após dia. A morte do calor, da presença física, emocional, psicológica. E a sombra de algo que antes era tão real, se perde entre desvaneios e sentidos, e então eu sento. E sentada olhando para o nada, e pensando em tudo, me questiono se terei forças para aguentar toda a trilha, e se haverá de existir alguma surpresa, esperando por mim.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Make your own lucky


Eu acredito que a vida é feita de escolhas que começam desde à infância. As escolhas são responsáveis por definir traços de personalidade e formar então, a identidade. Algo totalmente singular de cada ser humano. E as escolhas não estão apenas vinculadas à escolhas profissionais e pessoais em geral, mas também, a pequenas escolhas que fazemos a cada momento, a cada instante. Como decidimos agir em determinada situação é uma escolha, que trará conseqüências. Estas podem ser grandes ou pequenas, dependendo da dimensão, da quantidade de energia emocional e psicológica utilizada e do meio em que ela ocorre. As escolhas nunca são certas. Você nunca terá certeza se o que está fazendo é o que deveria ser feita, pois a toda situações existem perspectivas diferentes para se avaliar e refletir. Quando é necessário fazer uma escolha, seja ela qual for, é necessário primordialmente se avaliar os prós e contras, e comparar para ver o que é predominante. E se as características predominantes são condizentes com o objetivo o qual se quer atingir. Nada adianta escolher aquilo que a maioria, ou o senso comum afirmam ser o mais sensato, se aquilo não trouxer à tona nenhuma manifestação positiva interior. A escolha nunca deve ser feita por impulso emocional, pois a probabilidade de se errar aumenta. A consciência deve estar sempre presente, auxiliada da razão. É claro que os sentimentos contam, e muito, mas é sempre necessário se estabelecer um equilíbrio, para que ambas as partes sejam satisfeitas. Se caso ocorra um equívoco, e não houver como voltar para trás. Não se culpe. Com certeza, no momento você pensou que aquilo era o melhor a ser feito. A única forma de evoluir, é através de erros, de perdas e desencontros, que apesar de doloridos, trazem consigo o amadurecimento.

Às vezes julgamos o futuro algo muito distante e não percebemos que as atitudes executadas no tempo real, é que irão determinar o futuro. O futuro não está tão abstrato que não se possa preparar um bom caminho para alcançá-lo do modo que se deseja. É claro que imprevistos podem aparecer, problemas eventuais, decepções. Mas a base sólida é ingrediente imprescindível quando se sonha e se planeja. O caminho e a sorte somos nós que fazemos através de nossas escolhas. Temos um livro para escrever, com desventuras, mas também emoções e satisfações. Somos os autores da nossa própria história. Quer poder ainda maior, do que o poder de guiar uma trajetória, criar as próprias virtudes e projetar o próprio futuro? Não existe nada mais poderoso do que esculpir o próprio destino.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

And the life still goes on

Eu estou me sentindo tão triste. Parece que estou com um fundo na alma. Parece que a realidade está distorcida e eu simplesmente não consigo encontrar o meu caminho. Quando abro os olhos de manhã, me pergunto se eu estava dentro de um pesadelo, mas parece não adiantar quando esfrego os olhos... Pois tudo continua estático e opaco. Eu sempre fui uma menina sonhadora. Daquele tipo que acorda de manhã, e vai passear de mãos dadas com seu pai em busca de flores... As mais bonitas. Aquela que corria loucamente atrás de borboletas, pois acreditava na beleza do bater de asas delas. Aquela que quando brincava, idealizava a felicidade suprema das bonecas juntamente com os príncipes perfeitos. Aquela que imitava a Pocahontas, e queria sentir o vento bater no rosto, correr pelas matas e nadar, nadar muito. Mas isso não significa que eu vivia em um mundo imerso de fantasia. Eu já sofri muita coisa. Sofrimento real. Fui obrigada a crescer contra a minha vontade. A voltar a sorrir. A entender que meu pai moraria nas 'estrelinhas' para sempre. Mas ainda assim eu me debruçava sobre a sacada e aguardava ansiosamente a sua chegada. Sempre desejei que coisas bonitas não tivessem fim. E agora estou diante de outra perda. Mas não foi a morte a responsável... Foi a vida. E isso me corta, me machuca, me faz querer desaparecer até tudo ficar bem. Eu gostaria de poder ficar de castigo. Sim, exatamente castigo. Me recolher por um curto espaço de tempo até as coisas melhorarem e depois sair, e ver que tudo está bem novamente. Mas infelizmente isso é impossível.
Eu estou cansada de chorar, estou cansada de explicar, de me cobrar e de cobrar os outros. Eu estou me sentindo completamente sozinha. Mas isso eu deveria ter aprendido há muito tempo atrás. No fim de tudo., a luta é de você com você mesmo. Não tem para onde fugir. Não há culpados. Temos a falsa ilusão de que as pessoas, as quais nos apegamos, estarão aqui para sempre, e com essa idéia deturpada, tornamos elas parte de nosso coração, de nossa alma. Abrimos caminho para elas entrarem, a guardamos no coração. E então elas decidem voluntária ou involuntariamente partir. E então, como uma bala dentro do coração, como uma facada, a ausência nos envenena. Nos tira a razão, os sentidos, a vontade de seguir. Perdemos o eixo. Perdemos tudo.
Quando é que aprenderemos a dizer Adeus? Eu ainda não aprendi. Eu nunca consigo encerrar um capítulo, sem dele lembrar-me para sempre. E assim estou... Desabafando, embriagada de pensamentos, rodeada de sentimentos fortes e irrevogavelmente dolorosos.
Mas eu percebi que não adianta mais me esconder. Quem eu mais queria que fosse me procurar quando eu sumisse não vai estar lá. E terei de conviver com essa nova realidade. Quando somos intensos, corremos o risco de sofrer uma queda mais dolorosa. Quem conhece as nuvens, o sorriso mais verdadeiro, o sentimento mais puro... Conhece também a dor mais aguda, a sombra mais demorada, os espinhos das rosas. É impossível permanecer para sempre em emoções constantes. A vida não é um conto de fadas. Ela é real. Entre o paraíso e o inferno, construímos nossas histórias. Não vou esperar não cair, não me decepcionar, não desanimar. Mas isso não significa que vou deixar de sonhar, de lutar e de viver. Acredito que só recebemos aquilo que somos capazes de suportar. Eu vou conseguir. Eu tenho que conseguir. Não dá pra adiar. A vida é curta demais para não ser aproveitada. Se eu cometi erros, irei pagar minhas conseqüências. Eu só espero que quando eu fizer algo bom, eu possa receber de volta também. Bem, por falar em trocas... Com tudo isso... Aprendi a nunca esperar dos outros o que eu sou capaz de dar. Porque os outros não sou eu, e eu tenho que realizar as minhas ações sem esperar os outros. Se fosse assim, Jesus não teria morrido por tantas pessoas que nem sequer se importavam. Por mais que os outros não se importem, faça.
O reencontro com você mesmo, com a sua alma... Talvez só venha depois de uma queda que te faça abrir os olhos. E se quer algum resultado, terá de ter esforço. Nada vem de graça. Nenhum de nós criou essas leis. Se pudéssemos ou tivéssemos o poder para mudar tudo, talvez mudássemos tudo. Todos seriam felizes, com aquilo que mais desejam. Mas aquilo que não podemos mudar, temos de aprender a suportar e entender. Talvez as coisas que acontecem, acontecem por uma razão maior que está por vir. E então aquela velha frase clichê "Quando Deus fecha uma porta, ele em seguida abre uma janela". Não sofra pelo que acredita ser o seu destino. Você não tem idéia do que está te esperando lá fora. É preciso dar a chance de olhar novos horizontes, novos patamares. Se perdeu algo, guarde tudo o que puder, transforme os bons momentos em lembranças... E siga em frente. No começo pode parecer impossível. Mas nada é impossível. Às vezes descobrimos potenciais que nunca imaginaríamos ter. Abra suas asas, rumo à liberdade. Não desanime. Não permita rótulos na sua alma. Não seja definitivo. Talvez você esteja passando pela fase triste de reclusão, tal como uma lagarta fica presa em seu casulo para desenvolver-se... Você não sabe o seu futuro... Talvez de um dia para o outro você acorde, e descubra que pode voar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DRUGS... FOR WHAT?

Resolvi escrever a respeito de plantinhas, substâncias naturais, aquelas que são retiradas do meio ambiente. Olha só que coisa maravilhosa, levam as pessoas à um frenesi, onde não sabem quem são ou onde estão. Cada uma com um efeito diferente a ser testado e sentido. Estimulam sextos, sétimos ou oitavos sentidos. Algumas elevam o nível de coragem, outras te fazem rir. E então você compra e ingere (ou inala, ou injeta) e diz: Isso que é saber viver. Sou muito evoluído, estou curtindo a vida, chegando e alcançando todos os limites fisiológicos, psicológicos e morais.
Sinceramente, eu discordo brutalmente desse pensamento. As pessoas se julgam muito corajosas, destemidas, descoladas e modernas. Eu classificaria-as como inconsequentes, irresponsáveis e deprimidas. No mundo globalizado em que vivemos, as informações voam e não há como afirmar estar alienado à elas. Todo mundo sabe que drogas não fazem bem à saúde. Todo mundo sabe que as drogas projetam efeitos nocivos e permanentes, sendo eles variados desde a destruição de famílias à doenças como esquizofrenia e morte. E no entanto...
Mas por que? As justificativas são sempre iguais: é bom, traz boas sensações... Mas eu vou explicar porque acredito que na realidade as pessoas que procuram as drogas são na realidade pessoas deprimidas. As drogas, levam as pessoas à uma realidade paralela à aquela que elas vivem. Portanto, eu caracterizaria a droga, primeiro como um plano de fuga da própria realidade, quando esta parece estar inóspita e impossível de se viver. Outro motivo é a aceitação. Alguém que busca a droga para estar inserido em algum meio, com certeza é uma pessoa insegura, que não tem amigos verdadeiros e que está bastante susceptível a ser influenciado. E há aquele grupo dos curiosos, que com certeza não tem, ou está cego o suficiente para não enxergar que quando não se tem o mínimo de amor próprio que faz com que se atinja degraus elevados de radicalização, as consequências não são apenas individuais e sim, atingem a todos que estão ao redor e que amam o envolvido. Com esses argumentos, eu posso afirmar que pessoas que querer ser 'cool', não o querem simplesmente porque se interessam na droga, e sim porque não tem confiança em si mesmo, não tem amor às pessoas que o cercam e não querem lutar nas dificuldades, querem simplesmente encontrar uma forma de esvair os problemas de forma simples, rápida e errada.
Sabe aquela velha história de custo-benefício? Pois é... É preciso saber avaliar, se o prazer momentâneo valerá a pena para a tudo o que você construiu ou ainda terá intenção de construir. Ora, não somos animais. Não precisamos agir como um. Os animais escolhem pela satisfação ou pelo instinto. Mas nós somos providos de razão... E acredito não ser à toa.