"Vivemos em uma sociedade fútil. Não seja como os outros. Não deixe de ser você mesmo. Não perca sua própria essência".



Não me escondo sempre. Porém quando faço, é difícil me encontrar. Minhas emoções são seletivas... Demonstro à aqueles seres livres e puros que tanto me encantam a cada dia. Não gosto de maldade. Aprecio o ócio e o pensamento. Sou atraída por olhares... Transparentes, misteriosos. Julgo a ignorância o mal da sociedade e o fetichismo a razão dos relacionamentos voláteis e mecânicos. Religião é dúvida e amor é crença. Sorrisos são enérgicos e amigos são anjos. Não tenho a pretensão de ser a melhor, mas boa o bastante para aqueles que prezo. Acredito na classe e na postura. Sem clichês fúteis.
Gosto de abraços fortes, entregas verdadeiras, desejo e paixão.
Não me obrigue a concordar e não tente me prender. Minha alma é livre como um pássaro. Meu coração é honesto. Penso sim antes de falar. Me machuco rápido e sou sensível. Mas também sou forte e guerreira. Não me conte mentiras, por mais lindas que sejam. Se eu amar, amarei. Se chorar, chorarei. Portanto, vou viver.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Óbito instaurado na alma

E então vivo rindo por ai, na tentativa de provar para mim mesma de que nunca estive tão feliz. Procuro vantagens e razões. Mil e um caminhos de percepção, de perspectiva. Estabeleço ordens naturais, busco respostas lógicas, utilizo a razão. Visto o uniforme de superação e anuncio meu sucesso. Elevo minha confiança e solto mil palavras e atitudes. Mas há uma forte discordância. Um conectivo adversativo intenso. Não existe associação equilibrada entre meus opostos: razão e sentimento. Em meio a multidão, sou igual. Não há separação, estou seguindo a maré, caminhando junto com o tempo, rumo ao futuro incerto. Mas quando a noite chega e posso finalmente olhar para mim, e conversar com todas as dimensões do meu espírito e alma, as lágrimas escorrem. O coração encolhe ao sentir a ausência. Uma sombra escura, uma sobra fria, ácida, corrosiva. Tal como a mão de um gigante ao apertar a minha nuca, me sufocando, em uma palavra não dita, um sussuro que não se fez ouvir, um grito abafado, um eclipse total dos sentidos. E então, reconsidero o conceito de morte... Palavra referente ao fato consumado mais amedrontador. E percebo, que a morte do corpo, física, química é increvelmente preferível. Não há experiência mais dolorosa que a tentativa de matar dentro da alma, alguém que ainda está vivo. Corta, sangra, arde e perpetua. E o pior de tudo, é inútil. Um mecanismo integrante do corpo humano... A memória. Por vezes, ela significa tudo. O único elo que mantém algo que já passou, de alguma forma, ainda presente. Mas ela tortura e endoidece. Quando torna-se frenética, já não existe fantasia e realidade. Ou mesmo obsessão. Não existe caminho. Pois todos os caminhos te levam ao calabouço das lembranças. Quem estiver com as chaves por favor me diga. A liberdade é o meu maior desejo. Não quero desfrutar da liberdade sozinha. Não faço planos isolados. Eu aprendi o lado mais colorido, e agora... Como retornar ao meu antigo plano? Um plano mais simples, com menos dimensões, com menos romantismo, com menos idealizações... Como? Eu gostaria poder escolher a minha realidade. E não simplesmente ser passiva de alguém que roubou minha condição de protagonista. Mas aí esbarro com a realidade frágil das relações: Não existe apenas uma opinião e um patamar. A partir do momento em que existe compartilhamento, seja ele qual for, estão abertas as portas de uma guerra sem fim, onde nunca existirá pleno equilíbrio. Nunca existirá padronização, senão por submissão. E quando essa guerra torna-se negativa, onde nem ao menos os polos diferentes se atraem é o fim. E é nesse fim, em que me encontro. Uma linha que segui uma direcão unilateral, por instante sofreu interferências externas e internas e se rompeu ao meio, seguindo direções opostas. E com o passar do tempo, a distância aumenta. A presença torna-se algo inimaginável e as memórias se tornam vagas. A morte vai se estabelecendo dia após dia. A morte do calor, da presença física, emocional, psicológica. E a sombra de algo que antes era tão real, se perde entre desvaneios e sentidos, e então eu sento. E sentada olhando para o nada, e pensando em tudo, me questiono se terei forças para aguentar toda a trilha, e se haverá de existir alguma surpresa, esperando por mim.