"Vivemos em uma sociedade fútil. Não seja como os outros. Não deixe de ser você mesmo. Não perca sua própria essência".



Não me escondo sempre. Porém quando faço, é difícil me encontrar. Minhas emoções são seletivas... Demonstro à aqueles seres livres e puros que tanto me encantam a cada dia. Não gosto de maldade. Aprecio o ócio e o pensamento. Sou atraída por olhares... Transparentes, misteriosos. Julgo a ignorância o mal da sociedade e o fetichismo a razão dos relacionamentos voláteis e mecânicos. Religião é dúvida e amor é crença. Sorrisos são enérgicos e amigos são anjos. Não tenho a pretensão de ser a melhor, mas boa o bastante para aqueles que prezo. Acredito na classe e na postura. Sem clichês fúteis.
Gosto de abraços fortes, entregas verdadeiras, desejo e paixão.
Não me obrigue a concordar e não tente me prender. Minha alma é livre como um pássaro. Meu coração é honesto. Penso sim antes de falar. Me machuco rápido e sou sensível. Mas também sou forte e guerreira. Não me conte mentiras, por mais lindas que sejam. Se eu amar, amarei. Se chorar, chorarei. Portanto, vou viver.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Surpreendentemente bom.

Hoje assisti FRANK. A peça de teatro que carrega em seu nome a referência ao romance Frankenstein, em que um cientista especialista em genética cria um ser humano em laboratório a partir de combinações gênicas, trouxe reflexões mergulhadas em profundidade e atemporalidade.
Da Companhia Teatral Arnesto Nos Convidou, com texto de Samir Yazbek, a peça de apenas e incrivelmente acertados cinquenta minutos, trouxe esperança ao ato de pensar, que hoje agoniza no materializado e estreitamente superficial mundão. Sem margens floreadas e tipicamente anormal, a história se passa como uma paródia de extremo bom gosto da história. 
Mostrando a personalidade complexa e afetada da criação feminina do cientista, a estória questiona o "empoderamento divino" da ciência moderna, que por vezes, se julga capaz de alterar a ordem natural da vida. Ao mesmo tempo em que se desenrola a trama, quem a conta é o autor da estória, que por sua vez, também exerce poder sobre a vida de seus personagens e os guia tais como marionetes com destino traçado e quem não poderia dizer, condenado. Mas que inquietude é essa que busca o controle da própria e da alheia vida? Qual a dor que nos entristece a cada instante em vazias e ininterruptas tentativas de seguir o fluxo, que não nos pertence internamente?
Entre julgamentos e contrapontos, a verdade que se torna clara é a infelicidade gélida da morte dos sonhos. Do afogamento das ânsias, das ousadas expectativas, do indomável fôlego pela vida.
A culpa é da ciência? É da rotina? É da manipulação? Ou do medo de assumirmos nossos desejos íntimos?
Mas quem afinal busca culpados? O que se busca é a vida. Hoje, amanhã e depois.
A vida que revela a essência de cada ser único e irrefutavelmente subjetivo.
Sem azias ou drama, eu acredito que cada coração que bate busca sua estrada. E em meio à tantas ofertas, financeiras, materiais, palpáveis, estamos cegos diantes do pulsar. A vida que corre e não passa, mostra nuances de beleza em cada esquina, em cada livraria, ou mesmo na neblina pela manhã.
Estamos a perder a vitalidade, buscando a estabilidade.
Qual a lógica da rotina, se o extraordinário ilumina?
Sem ignorar o sistema em que estamos inseridos, é possível abrir uma brecha para a fábrica de ilusões, a arte. E quem se importa se são ilusões?
O desenho nem sempre significa o que é, como já dizia Antoine de Saint-Exupéry. O que há de ser a vida se não uma ilusão?

Reticências para o término. Ou o começo de tudo. Boa sorte.

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