"Vivemos em uma sociedade fútil. Não seja como os outros. Não deixe de ser você mesmo. Não perca sua própria essência".



Não me escondo sempre. Porém quando faço, é difícil me encontrar. Minhas emoções são seletivas... Demonstro à aqueles seres livres e puros que tanto me encantam a cada dia. Não gosto de maldade. Aprecio o ócio e o pensamento. Sou atraída por olhares... Transparentes, misteriosos. Julgo a ignorância o mal da sociedade e o fetichismo a razão dos relacionamentos voláteis e mecânicos. Religião é dúvida e amor é crença. Sorrisos são enérgicos e amigos são anjos. Não tenho a pretensão de ser a melhor, mas boa o bastante para aqueles que prezo. Acredito na classe e na postura. Sem clichês fúteis.
Gosto de abraços fortes, entregas verdadeiras, desejo e paixão.
Não me obrigue a concordar e não tente me prender. Minha alma é livre como um pássaro. Meu coração é honesto. Penso sim antes de falar. Me machuco rápido e sou sensível. Mas também sou forte e guerreira. Não me conte mentiras, por mais lindas que sejam. Se eu amar, amarei. Se chorar, chorarei. Portanto, vou viver.


sábado, 28 de abril de 2012

Por favor, diga não

Os olhos estão fixos! Os olhos estão fixos! A boca apenas repete, a respiração segue o fluxo. O cérebro está estático. Não dá pra pensar. Imersa em um pesadelo. Todas as pessoas estão vestidas da mesma forma. Elas vem se aproximando.Sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Por que todos olham para a mesma direção? Não consigo as diferenciar. Rostos iguais, mentes iguais. Procuro um espelho, mas não consigo me ver. Minha identidade foi roubada. Estou a transbordar ideologias. Massificadas.
Onde está? As diferenças enfim foram sanadas. Não há revoltosos e nem inconformados. A paz então finalmente está estabelecida. A música de fundo pré-determinada, aceita e vangloriada. O tempo passa. Mas isso está fora do contexto, afinal a morte está dentro da listagem dos fatos consumados. Mediocridade, insanidade. Perda do sinal. Sonhos abduzidos. Pensamentos a regredir em escala contínua e crescente. Enfim, o limite.
Então desperto. Não consigo distinguir realidade e fantasia. Mas tenho a certeza de que estão relacionadas, de maneira ameaçadora e significativa. Quero isolar a minha mente. Protejam a essência. Protejam-na! O amuleto que garante a individualidade e a percepção alternativa. Única. Compartilhar, não é absorver sem filtrar. Acreditar não é escurecer os sentidos. Emoções não são padronizadas. Reações não devem ser esperadas. E questionar é sempre essencial.

domingo, 15 de abril de 2012

Over the rainbow

E não obstante a continuidade dos fatos cotidianos e frenéticos, tenho de levar comigo uma mente insana, inquieta e veloz. Entre questionamentos e suposições minhas linhas de pensamento são delineadas. Nem de maneira constante, nem tão esporádico ao ponto de me fazer esquecer seu último ataque de fúria. Tudo não faz sentido algum, quando as perspectivas são alteradas e englobadas dentro de contextos diversos a aleatórios. Tento várias ferramentas de entendimento e quanto mais detalhadas, percebo o quão inútil a compreensão se torna perante o irredutível mistério que nos cerca. Se hei de achar respostas, talvez seja em um tempo distante, quanto houver a possibilidade de alcançar um novo patamar de evolução... Se bem que não sei ao certo se essa distinção é verídica ou foi mais uma ilusão semeada em minha mente quando eu era frágil o bastante para acreditar nos mais ridículos fatos...
Não quero julgar e nem precipitar conclusões... Se bem que esta última acredito ser impossível. O simples reconhecimento da ignorância declarada já é uma conclusão bem densa e audaciosa. Não quero desafiar os clérigos respeitados ou mesmo afrontar por rebeldia as tiazinhas devotas. Não quero compartilhar idéias de ateus, tão arrogantes ao ponto de afirmarem a inexistência de qualquer forma. Por que tem de haver uma verdade única? Por que apenas uma resposta, assim como formas de rituais? Não me atrevo a citar exemplos, porém não quero escolher entre diferentes vertentes e absorve-las definitivamente. Quero retirar o essencial de tudo aquilo que pra mim é coerente e construir alguma linha de pensamento organizado ou mesmo compartilhar o que me faz sentir mais próxima da verdade. Se bem que esta também é subjetiva. Todos os pontos convertem para o mesmo resultado: o limbo. Onde ninguém sabe, ninguém vê, ninguém pressupõe ou aceita. Um mundo oculto, ou inexistente. Um esfera inacessível e procurada incessantemente até o momento da morte. Essa tendência de ter domínio daquilo que espera é frequente desde o início dos tempos. As mais diversas histórias foram contadas, religiões criadas, doutrinas estabelecidas... E aqui estou eu. Perante um mundo completamente louco, movimentado, de contrastes e projeções. Não sei se minha forma de visualização coincide com todos ao meu redor. Não sei se o toque é real. Não sei entender o que ocorre nos meus sonhos. Carrego comigo um presente: A capacidade de desenvolver um pensamento que não está atrelado a um instinto animal. E é com ele que percebo a minha existência e a questiono. O que está do outro lado? E o lado, faz sentido, é real? Não quero me iludir a seguir algo apenas para confortar a minha inquietude. Não quero me apoiar sob paradigmas ultrapassados. Não quero desperdiçar minha razão livre. Não quero mergulhar em uma visão quadrática, restrita e comum. Por mais que o fim se aproxime, e eu nada tenha descobrido, o mistério é sempre melhor que a acomodação. Se busco pelo caminho mais difícil? Pode ser... Mas se a cada dia eu puder me surpreender, então tudo valerá a pena. Não posso ver, mas posso sentir energias diferentes, posso enxergar mais em um olhar materno... E posso garantir que o amor que vibra dentro de mim não tem lógica, não tem religião... O cheiro da chuva, as lembranças arquivadas pela mente... Pequenos sinais que fogem do cotidiano metódico e tedioso.
Não quero determinar, afirmar, explicar, ou provar. Porque nem eu, e nem nenhum ser humano pode, de fato, realizar qualquer uma dessas ações. Quero seguir uma trilha, consciente de sua magnitude e mistério... Consciente de seu absoluto sigilo... E nunca perder a minha capacidade de observar, sentir e questionar.

"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos" (Jostein Gaarder)