O silêncio dos corações falantes. Memórias e acontecimentos recentes atravessam a mente de forma frenética. O que será possível enxergar através de um olhar? Não existem limites para as suposições, fantasias ou fatos carregados por cada indivíduo. E para onde seguirá essa camada energética e turbulenta de angústias e contentamentos? Talvez para nada além do silêncio.
Não é necessário um monossílabo pronunciar, pois o silêncio pode ser arrebatador. Silêncio... Discreto, misterioso ou direto. Capaz de atingir o mais ínfimo ponto de objetivo. O silêncio é aquele que mesmo parecendo estático, oculta artificialmente seu verdadeiro significado que pode ser complexo e intenso. Dividido entre um universo de vantagens e desvantagens, ele pode evitar palavras tolas despejadas de forma insensata, assim como bloquear um grito de desespero, a denúncia de quem sofre. O silêncio pode ser virtude dos fracos, ou fraqueza dos covardes. Um caminho de ambiguidades e interpretações.
Talvez não exista uma medida certa do silêncio, que o torne adequado. Um substantivo subjetivo e maleável. Varia de acordo com o espírito de seus indivíduos. Mas há algo de se considerar importante: Falar nem sempre supera o vazio do som. Ouvir engrandece, alimenta e faz crescer. E, se o oposto também extravasar, é preciso força e autoconfiança. Equilíbrio. As atitudes mais dignas do ser humano, não utilizaram palavras ou a interação entre elas. Apenas se permitiram acontecer.