Delicadas, fortes, guerreiras, femininas, sensuais, inteligentes, maternas, mulheres. Ser único, repleto de segredos, mistérios. Em seu universo complexo e infinito construíram suas histórias. Histórias de luta, de paixões, de amores.
Durante tanto tempo, tiveram suas bocas silenciadas, seus corpos abusados, seu pudor exposto, suas habilidades atrofiadas. Tal como pássaros em jaulas, eram obrigadas a prosseguir com a melodia de seus cantos, mas não podiam senti-la. Não tinham tempo para sentimentos, desejos, direitos. Uma trajetória de vida, sem perspectivas maiores, sem erros. Vida pré-meditada, delineada de funções específicas, frustrantes e doloridas. Restringir a criatividade, a imaginação e a singularidade... E um ser tão complexo, tão intenso. Desperdício histórico, econômico, políticos, humano e psicológico. Ignorância bruta.
E após anos de luta, de assassinatos, de resistência, o alcance da liberdade se aproximou. E a partir da primeira brecha, oportunidade, ou espaço conquistado com suor, a evolução estava fora de controle. Elas cresceram e inovaram, mudaram o cenário social. Arquitetas, médicas, jornalistas, mães, esposas, mulheres. E o passado obscuro, as mulheres de Atenas... Ganharam asas e voaram além de limites, se é que ainda existem. Elas dominaram, venceram e sangraram. E agora esperar os homens do futuro para acompanhá-las. Sem preconceitos, com mentes amplas, idealistas. Modernos, fortes e é claro, apaixonados.